Quem somos?
Somos uma teia viva em movimento, atualmente focada no combate às violências praticadas sobretudo contra mulheres e, dentre elas, focamos nas mulheres negras e suas crias. Entre as violências entendemos a fome, o nutricídio e qualquer nuance de insegurança alimentar, como uma violência estrutural do capitalismo e nos dedicamos a construir uma soberania alimentar. Junto com a moradia digna, o Direito Humano à Alimentação Adequada é o piso pavimentado para construção de Justiça Socioambiental. Podemos dizer que o grupo reunido na condução do sítio sabe para onde está indo,nossos passos vêm de longe. Vamos descrever um pouco da história.
O sítio virtual Sertão Carioca nasceu em 2015. Foi fruto do encontro entre a comunidade de agricultura tradicional, quilombolas e ambientalistas efetiva ou afetivamente ligados ao Maciço da Pedra Branca, a partir de 2006, com a pesquisa de tese da Professora Annelise Fernandez (UFRRJ). O nome do sítio é derivado de sua pesquisa de doutorado. A partir daquele ano, várias lutas se intensificaram entre agricultoras, agricultores e moradores do entorno do Maciço. Da intensa troca de comunicados e informações nasceu a necessidade de um espaço que fosse juntando as pontas de uma atuação territorial, intersetorial e com interseção com órgãos públicos, conselhos e diferentes políticas públicas.
Ficamos algum tempo fora do ar e estamos resgatando publicações antigas, trazendo referências temporais, afinal o sítio tem um histórico considerável.
Dezesseis anos após o início das atividades registradas nesse texto já não somos as mesmas. Nossa visão de mundo se modificou, as conquistas concretas nos levaram a outras necessidades, nossos alvos de pesquisa se ampliaram. Em resumo, hoje, finalzinho de 2022, somos um grupo heterogêneo de homens e mulheres, liderado por mulheres negras, brancas e não brancas. Somos sobretudo antirracistas por entender que se há racismo não pode haver agroecologia e muito menos democracia.