O Empoderamento das Juventudes

No mundo atual, estamos acostumados a lidar com o que chamamos de "adultocentrismo" que é sempre aquela figura adulta querendo comandar, dizer o que é certo o que é errado e que ofusca a juventude. Porém, atualmente, há projetos, instituições e lugares que buscam esse empoderamento dos jovens. O objetivo é fazê-los absorver conhecimento da sociedade nos mais variados assuntos: como o racismo, machismo e também a agroecologia, além de outras causas importantes que as pessoas lutam para manter e passar adiante. Nesse sentido, a FAG (Fundação Angélica Goulart) é um belo exemplo desse assunto já que nasceu de um projeto que tem como alvo essa juventude dando a mesma algo interessante para absorver e passar adiante.
A FAG busca dar uma autonomia maior aos jovens e quem a visitar poderá ver que os jovens que trabalham na gestão da fundação têm, não só uma ótima organização, como a tão procurada autonomia. Eles ensinam muitas coisas às juventudes que passam por lá. É como uma escola, só que não com aquelas aulas-padrão que estamos acostumados a ver. Os atendimentos a crianças e jovens começam a partir dos cinco anos e vão até os 14 anos de idade. As atividades para adolescentes a partir de 15 anos, jovens e adultos ficam por conta do núcleo comunitário e dos projetos em parceria.
Minha experiência na FAG como integrante do Projeto “Convergência Política nas Vargens: O Empoderamento de Mulheres e Jovens” foi sensacional, pois conhecemos a arte de comunicação através de diferentes linguagens. Aprendemos sobre o fanzine, no qual temos uma revista informativa que conta com a presença de figuras imagens de um determinado assunto, mas que funciona como se fosse uma charge ou algo do tipo; também vimos o quanto são organizados ao nos ensinarem a usar o teatro de uma forma divertida e informativa - a cena acontecia aleatoriamente, mas dava a entender que era uma coisa já muito bem ensaiada; mostraram-nos também suas evoluções na técnica de gravação, passando seus primeiros vídeos e mostrando suas falhas - após estes vimos seus vídeos atuais e confirmamos o quanto eles evoluíram. Isso mostrou como eles criaram sua autonomia e como, realmente, absorveram algum conhecimento e souberam passar a diante.

Toda essa experiência nos deixa a mensagem do quanto é importante existir fundações e projetos como a FAG que buscam os jovens e seu empoderamento, já que, pelo governo, o jovem não é levado a sério. Isso cria um próprio desinteresse dos adolescentes pela cultura, pela sociedade em que vive e pelo o que se passa a sua volta. É exatamente isso que o governo quer: que o jovem fique alheio a tudo, só se rendendo ao sistema. Porém, para que isso não aconteça, deveriam existir mais projetos como a FAG que buscam iluminar e abrir realmente a mente desses jovens.

Artigo e foto publicado com aceitação escrita da mãe do autor, Wanessa Morgado Nogueira (14/07/2018)

Nota:

Inaugurada em 1989, a Fundação Xuxa Meneghel, agora, continua com outro nome - Fundação Angélica Goulart ou FAG. Seguindo os mesmos princípios, a Fundação segue atuando pela garantia e promoção dos direitos de crianças e adolescentes e suas atividades centrais são desenvolvidas em dois níveis: nacional e regional. Nacionalmente, a instituição participa de campanhas, redes de mobilização social e replica metodologias por meio de publicações, vídeos, oficinas e encontros. Além disso, desenvolve um forte trabalho de incidência política para influenciar na formulação de políticas públicas que garantam à infância e à juventude seus direitos. Em âmbito regional, a Fundação atende meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social na comunidade de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, região com dos menores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município e alta incidência de exploração sexual crianças e adolescentes. Lá realiza um trabalho integrado de assistência social, cidadania e participação infantojuvenil, com apoio às famílias, incentivo ao desenvolvimento comunitário, capacitação profissional e geração de trabalho e renda.
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