A preocupação ambiental com a baixada de Jacarepaguá remonta ao livro Sertão Carioca de Magalhães Correa, de 1930. Entretanto, o processo predatório de expansão da cidade do Rio de Janeiro, avança sobre a região dos Campos Molhados ou Campos de Sernambetiba que compreendem os bairros os bairros do Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande e Recreio dos Bandeirantes.
A planície alagadiça funciona como uma grande bacia de acumulação de águas e como um amortecedor de cargas pluviais e fluviais. O aterramento dessas áreas e de canais para viabilizar empreendimentos imobiliários e outras ocupações desconsidera o fluxo hídrico e a fauna local, ocasionando sua destruição. Isso fará com que toda a água que ainda hoje se acumula e escorre lentamente pela planície seja rapidamente direcionada para os canais, o que, inevitavelmente elevará os riscos de alagamentos, de assoreamento e poluição da lagoa e do mar.
Os danos ambientais e sociais decorrentes do avanço deste projeto não podem ser negligenciados. Reivindicamos para este local uma reserva ambiental que garanta a retroalimentação das águas até sua fonte, promovendo um ciclo vital para os rios.